Por mais que você saiba bem o idioma, na hora de preencher (entender) um formulário, nós acabamos ficando sem saber bem o que fazer. Na tentativa de auxiliar vocês a entender e preencher melhor estes formulários, temos esta atividade pra ser realizada por vocês.
Aluísio Tancredo Gonçalves de Azevedo nasceu em
14 de abril de 1857 em São Luís (MA). O autor é fruto da união da mãe com o
vice-cônsul português, após abandonar o marido. Como sempre foi muito bom
caricaturista e desenhista, Aluísio ingressou na Academia Imperial de
Belas-Artes no Rio de Janeiro quando terminou os estudos no Liceu de Maranhão.
Durante a época em que viveu na cidade carioca,
aproveitou-se de seu talento e tornou-se chargista até que o pai faleceu e foi
obrigado a regressar à cidade natal para ficar com a mãe.
Foi então que escreveu o romance romântico “Uma
lágrima de Mulher”, ao passo que continuou na carreira jornalística, escrevendo
para alguns jornais, entre eles o que ajudou a fundar, chamado “O Pensador”.
Este último cuidava de discutir os problemas sociais como o racismo e tecer
críticas contra o clero.
Foi então, que decidiu se sustentar como
escritor e, por ser uma atividade instável, começou a trabalhar sob encomenda.
Viveu durante muitos anos, cerca de quinze, através de suas publicações. Por
este motivo, sua obra literária é vasta e de valores diferenciados.
Em 1881 publicou o livro “O mulato”, que daria
ao autor o título de “precursor do Naturalismo no Brasil”.
Esta obra foi um verdadeiro escândalo para a
época, pois incitou polêmicas, como o racismo e a corrupção dos padres.
Contudo, há outro romance naturalista de
Aluísio que tem mais destaque na literatura: O cortiço. As personagens nesta
narrativa são operários, lavadeiras, prostitutas e apresentam a população
marginalizada, excluída da sociedade. O ambiente social é caótico, degradado e
sem estrutura, ou seja, um cortiço.
Aluísio Azevedo abandonou a carreira literária
quando passou em um concurso e se tornou diplomata, em 1895. O autor morreu em
Buenos Aires quando exercia o cargo de agente consular nesta cidade, em 21 de
janeiro de 1913.
A obra descreve a
ascensão social do comerciante português João Romão, dono de uma venda, uma pedreira e
um cortiço,
próximo ao sobrado de um patrício endinheirado, o comendador Miranda.
A
rivalidade entre os dois aumenta à medida que cresce o número de casinhas do
cortiço, alugadas, na sua maioria, pelos empregados da pedreira, que também
fazem compras na venda de João Romão, que, desse modo passa a enriquecer
rapidamente. Com a intenção obsessiva de tornar-se rico, João Romão economiza
cada moeda e explora quem quer que seja sempre que tem oportunidade, como o faz
com a escrava fugida chamada Bertoleza que o auxilia no trabalho duro e para
quem ele forjou um documento de alforria.
O sonho
de João Romão é adquirir prestígio social, como seu patrício Miranda. Este, à
medida que o vendeiro vai enriquecendo, passa a considerar a possibilidade de
oferecer-lhe a mão de sua filha, Zulmira; assim um amigo em comum, Botelho, se
faz de intermediário das negociações e tudo fica arranjado. João Romão fica
noivo de Zulmira, alcançando assim um patamar mais alto na escala social. O
único inconveniente é a escrava Bertoleza, que não aceita ser descartada, para
qual Botelho arma um plano: denuncia Bertoleza como escrava fugida a seu
verdadeiro dono que vai com a polícia prendê-la. João Romão faz de conta que
não sabe de nada e a entrega. Bertoleza percebe que Romão, sem coragem de
mandá-la embora ou de matá-la, preparou essa armadilha para devolvê-la ao
cativeiro, desesperada, ela se mata.
A
narração desses fatos da vida de João Romão entrelaça-se com a narração de
vários episódios dos moradores do cortiço, cuja luta pela sobrevivência é dura
e cruel. O caso de Jerônimo é exemplar da visão naturalista de
Azevedo, Jerônimo é um operário português contratado por João Romão para
trabalhar na pedreira, é sério e honesto, casado com Piedade, também
portuguesa. Eles têm uma filha adolescente e vivem bem como família. Mas no
cortiço, Jerônimo começa a sofrer influência daquele ambiente desregrado então se
apaixona pela mulata Rita Baiana, por ela, mata um rival e abandona a família.
Acompanhando
a evolução social de João Romão, o cortiço também se desenvolve, principalmente
depois de um grande incêndio, quando passa por reformas e transforma-se na
"Avenida São Romão", com melhor aparência e uma população mais
ordeira. A população mais baixa e miserável se transfere para outro cortiço, o
"Cabeça de Gato",
mantendo-se assim a engrenagem do sistema social em que predomina a lei do mais forte.